Histórias de Recomeço

Logo nos primeiros dias após a tragédia, em que a equipe do Reconstruir a Esperança chegou em Ilhota, a Sra SALVELINA DE LURDES e o Sr VALDIR PLOTEGLER foram os primeiros a serem visitados. Acompanhamos a história deles e ajudamos na medida do possível. Eles são donos de uma facção de costura que foi destruida com um desabamento, onde empregavam 9 mulheres. Com recursos que conseguimos a facçao está sendo erguida novamente e eles nos enviaram uma carta agradeçendo a ajuda.


``Nós começamos a facção faz 12 anos e compramos 11 máquinas e temos 9 funcionários, e no mês de novembro de 2008 conseguimos fazer uma facção nova, maior com espaço para todas as máquinas.
Conseguimos trabalhar 5 dias apenas, pois no dia 23 de novembro com a enchurrada que deu no morro, desabou em cima da facção e tudo veio abaixo,tanto esforço, tanta luta, tudo destruido.
Mas gaças ao pessoal do Pastor Roberto que nos deram uma grande ajuda no matereial para a construção, estamos conseguindo construir novamente e em breve podemos trabalhar na nova facção. Muito obrigado a todos Vocês e que Deus abençõe a todos``


Muito Obrigada!

Valdir Plotegler e Salvelina de Lurdes Plotegler

Historia de vida

“Do instante do deslizamento, Juliano S. lembra apenas do estalar das arvores....a terra se soltando e ganhando volume com entulhos e arvores atingindo a casa com uma força extraordinária....Larissa chorou.Juliano agarrou a filha._Fomos juntinhos. Estava com ela no braço, tinha certeza de que conseguiria sair com ela da situação. No ponto onde foram parar, Juliano viu a mulher, já com as pernas soterradas por árvores e terra. Ele tentou chegar até ela. O material que parou acima deles formou uma espécie de represa. Do outro lado do entulho e das árvores, muita água ficou parada. Três ou quatro segundos depois, uma imensidão de lama e entulhos desceu e os encobriu. Naquele instante , Juliano precisou tomar uma decisão complicada – salvar a filha ou a esposa. A decisão foi tomada tão rapidamente quanto a situação exigia. Com um braço ele segurava a filha e com outro tentava se agarrar a algum lugar. Mas a quantidade de material que passava sobre eles dificultou a árdua tarefa do pai, que viu a pequena Larissa desaparecer na imensidão da lama. _Quando lembro daquilo, tento pensar como poderia ter feito diferente. Imagino que a partir do momento que consegui pegar a menina nos braços eu poderia ter tentado sair. Mas penso que ficaria com o sentimento de culpa por nem ter tentado ajudar minha mulher. Talvez, se tivesse feito diferente nenhum de nós três estaria vivo. –lamenta Juliano.” FOTO E TEXTO EXTRAIDOS DO DC, EDIÇÃO DE 18 janeiro de 2009.

Olá Queridos

Entre os objetivos do projeto “Reconstruir a Esperança”, está o pastoreio das famílias atingidas através de ações de capelania. Esta semana tivemos o início dos cultos, um deles foi no alojamento do Baú Baixo, ministrado por um pastor de Ilhota. Tivemos muitos testemunhos, tanto de voluntários como de moradores que foram afetados pelos desmoronamentos. Deus tem nos dados recursos e muitos voluntários para que tudo possa acontecer como planejado e pessoas que aparentemente estão com suas vidas destruídas, possam novamente vir a sorrir em meio ao sofrimento. Nossas vidas e as ações deste projeto tem sido prova do poder de Deus atuando no estado de Santa Catarina.

Esta semana estamos com uma equipe de aproximadamente quarenta voluntários da AME – Associação Missão Esperança de São Paulo. A equipe está dividida nas duas cidades afetadas, Ilhota e Palhoça. Em Palhoça, no bairro Frei Damião, a equipe está colaborando com a construção de quatro casas, cinco alicerces e na restauração da estrutura do CADI - Centro de Assistência e Desenvolvimento Integral, que foi utilizado durante as enchentes como abrigo e depósito de mantimentos. 

Na cidade de Ilhota a chuva não nos deixou. Neste sábado tivemos um grande volume de chuva, o que foi suficiente para atingir novamente a maioria das casas que já tinham sido limpas. Houve ainda novos deslizamentos e desmoronamentos de pontes. A Defesa Civil de Santa Catarina já alertou quanto ao risco de novas tempestades e instabilidade no estado. Mas apesar da chuva o trabalho não parou. Durante a semana a equipe reiniciou a limpeza nas casas, realizou triagem de materiais para a distribuição, recreação com crianças e visitas a famílias atingidas, o que nos dá cada vez mais abertura dentro dos alojamentos e da comunidade. Um exemplo disso é a história do pequeno João Vitor, de oito anos de idade. Em um dos dias de atividades recreativas uma voluntária ensinou João Vitor a fazer pequenas miçangas de jornal para criar correntes de artesanato. O que seria apenas um passatempo para o garoto, se tornou em uma fonte de renda alternativa para a família. Com o incentivo da mãe, entre quarenta pessoas dentro dos abrigos, o pequeno se destacou e nas últimas noites tem se esforçado, pois aceitou encomendas das equipes de voluntários. João Vitor corta pequenas tiras de jornal e com a ponta dos dedos enrola uma a uma até se tornarem pequenas miçangas. Ele vende a um real cada corrente que faz debaixo da luz da televisão durante a madrugada.

João Vitor se tornou um exemplo para todos por sua forma de enxergar a realidade e sua dedicação.

Histórias marcantes

Zilma da Silva (60) mãe de três filhos é mais uma das moradoras do Município de Ilhota atingidas pelas enchentes de Nov 2008. Conhecemos dona Zilma dentro de um dos depósitos de distribuição. Doente e sem poder caminhar direito por causa de um problema sério nos rins, ela era mais uma das centenas de desabrigados que tentavam receber algo para recomeçar.Quando os nossos voluntários conversavam com ela era impossível conter as lágrimas ao ouvir sua história e dos seus filhos. 

O Filho mais velho recentemente havia construído uma casa que com a enchente acabou sendo arrastada pelas águas e totalmente destruída. “eu agradeço a Jesus que enviou vocês, que oraram por nós e estamos nos sentindo muito melhor, vocês são a única ajuda que nos recebemos”.Foi emocionante poder entregar os primeiros moveis para a dona Zilma e através de uma doação especial atender também o seu pedido especial. “minha televisão caiu na água e era a única coisa que eu e minha filha doente tínhamos para se distrair”Essa é uma das muitas histórias das ações do amor de Deus sobre aquele povo.

fotos de alguns dias atras

Voltou a chover forte na semana passada, alguns lugares encheram novamente e pessoas ficaram isoladas na regiao do Baú, mas agora já esta tudo tranquilo novamente e estamos com cerca de 40 voluntários ajundando em alojamentos e postos de doações.

E o trabalho continua ....

Hoje estivemos novamente em Ilhota, ainda há muito trabalho pela frente e o clima não está ajudando. A meteorologia e a Defesa Civil- SC confirmaram um alto volume de chuva até domingo, sendo que desde ontem tem chovido e os rios já começaram a encher.

Com esta notícia percebemos uma tensão dentro dos alojamentos e a preocupação da nossa equipe cresceu bastante.

A equipe de voluntários que está conosco esta semana é composta por membros da Igreja Aliança Cristã e Missionária do Aeroporto - São Paulo, da Primeira Igreja Batista de São José dos Campo, dois voluntários de Asas do Socorro e a equipe das igrejas de Florianópolis que estão trabalhando junto com a equipe RECONSTRUINDO A ESPERANÇA dentro dos depósitos de triagem de alimentos, limpeza de casas e visitações para famílias alojadas.

Dentro dos alojamentos a equipe pode sentir a ansiedade dos desabrigados com o sentimento de abandono. Eles estão clamando por respostas ou alguma manifestação da Prefeitura em relação ao futuro, coisas que não nos cabe responder.

Infelizmente os órgãos de governo já estão desmobilizando a precária estrutura de apoio existente. Basicamente os nossos voluntários são os únicos atuantes em Ilhota.

No tempo junto com a equipe, hoje pela manhã, pedimos que os voluntários compartilhassem sobre o dia anterior e aquilo que mais impactou sua vida. Uma das voluntárias contou da sua emoção em perceber as pequenas crianças dentro dos alojamentos pedindo que os voluntários ficassem com elas. É emocionante perceber como as crianças demonstram o sentimento de perda, e como elas se sentem sozinhas.

Histórias desafiadoras como esta nos dão forças para continuar acreditando neste trabalho. Peço que orem por nossos voluntários e pela provisão de recursos, pois estamos entrando em uma fase muito delicada, precisamos de ousadia e discernimento para enfrentar as situações que tentam impedir que o Reino de Deus seja proclamado.

Veja o que vocês ajudaram a fazer!!!

Com certeza a vida da Ketlyn (13), Edilene (12) e Odir (08) não será mais a mesma. Logo após as enchentes que atingiram o estado de Santa Catarina, deixando um rastro de destruição e morte, encontramos as primeiros ramos de renovo surgindo. Com a ajuda de diversos parceiros, já iniciamos as obras de reforma e reconstrução na Comunidade do Bairro Frei Damião – Palhoça / SC. Entre as famílias atendidas temos a do Sr. Odir (37). Ele trabalha com reciclagem e sozinho cuida de 3 filhos. As crianças estudam na escola da comunidade e, mesmo com todo o barro nas ruas, falta de condições financeiras e alimentação, elas continuam com muita disposição para estudar. Atingidos por mais uma enchente que quase levou o pequeno barraco que servia como casa, essa família foi rapidamente atendida nas suas necessidades básicas pelo “Reconstruir a Esperança”. Agora já podemos ver o sorriso e a disposição enquanto trabalham levantando as paredes de sua nova casa. O sofrimento e o sonho de uma família - que virou o sonho de muitos - agora já vira realidade.

Odir Amaral, 37 anos, Palhoça-SC:
“...eu agradeço a igreja e a Deus, era o sonho meu e das criança e agora é só felicidade. Pro ano que vem o sonho é terminar de mobiliar a casa e finalmente ver ela pronta. Desejo um feliz ano novo pro pessoal da igreja que estão ajudando, Deus abençoe vocês.”